A oportunidade das mulheres (estocarem-guardarem-congelarem) o seu próprio tecido ovariano para uso futuro!
O primeiro passo consiste em retirar um pequeno pedaço de tecido ovariano através de procedimento cirúrgico que apos coletado será preparado por uma especialista para ser criopreservado e utilizado no futuro se indicado ou desejado pela paciente.
A Clínica Ovular resultou de um sonho que se iniciou em 2000 quando o Dr. Gustavo Safe, coordenador clínico da Ovular, fez pós graduação em ginecologia minimamente invasiva, endoscopia ginecológica endometriose e reprodução Humana na Bélgica pela UCL (Universidade Católica de Louvain) com o Professor Donnez, pioneiro no Mundo ao criar em 1997 o primeiro Banco de tecido ovariano. Em 2004, Professor Donnez foi o responsável pelo primeiro nascimento no mundo de uma criança após transplante de tecido ovariano congelado ortotópico. Desde o seu retorno à Bélgica no final de 2002, o Dr. Gustavo Safe acompanhou a evolução desta tecnologia em desenvolvimento mantendo o contato com toda a equipe de pesquisadores da UCL chefiados pela M. Dolmans e J. Donnez que puderam vir ao Brasil em várias ocasiões diferentes para apresentar e discutir esta nova tecnologia que apesar de não ser mais considerada experimental desde o ano de 2019 não é mais considerada como experimental na Europa e nos Estados Unidos, ainda não foi liberada no Brasil, em consulta realizada ao CFM em jul/2021.
Permitir que as mulheres possam programar melhor o momento reprodutivo (em situações oncológicas, casos de falência prematura do ovario na família ou simplesmente por questões pessoais) ou amenizar os sintomas decorrentes de uma menopausa precoce ou não. O conteúdo da nova tag div é inserido aqui Esses fragmentos congelados poderão no futuro fornecer óvulos com objetivos reprodutivos e /ou produzir hormônios para postergar menopausa.
Saiba mais, acesse:
"Postergar a menopausa: mito ou realidade"
"Passo a passo para a preservação da fertilidade e seus limites"
A infância e o período do desenvolvimento do ser humano, que vai do nascimento ao início da adolescência; meninice, puerícia. Ao nascimento as meninas apresentam 1.200.000 folículos primordiais que mesmo em repouso diminuirão a um número aproximado de 200.000 no momento da menarca, data da primeira menstruação e início do menacme.
Algumas mulheres têm risco de falência prematura (menopausa precoce) por problemas na ativação genética ou por destruição desta reserva folicular. Neste período o ovário pode sofrer danos decorrentes de efeitos externos derivados de tratamentos oncológicos que utilizam quimioterápicos e radioterápicos. Neste período da vida o mais comum são as malignidades hematológicas como leucemia e linfoma.
O período entre a primeira menstruação (menarca – 10 a 12 anos em média) e os 45 anos é o período chamado de climatério. É considerado o período reprodutivo da mulher no qual ela apresenta um declínio na sua reserva folicular com queda acentuada após os 37 anos. Neste período as intervenções no ovário (cirurgias decorrentes de patologias benignas são o mais frequente) podem comprometer de forma importante a reserva ovariana destas pacientes. Dentre estas patologias precisamos destacar a endometriose, que danifica os folículos primordiais simplesmente pela sua existência, agravando o dano ao realizar cirurgias repetidas e sem o cuidado necessário (meta-análises de 2012 mostram bem isso na diminuição da dosagem do hormônio anti-mulleriano - AMH. Foto abaixo mostrando os folículos (seta)que são perdidos junto com a retirada da capsula do endometrioma, região mais clara no centro com líquido achocolatado a esquerda.
O climatério é o nome científico que descreve a transição fisiológica do período reprodutivo para o não reprodutivo na mulher. O período do climatério abrange a menopausa, que ocorre com a última menstruação espontânea. Este período inicia-se aos 45 anos e vai até os 65 anos. Neste período a mulher começa a apresentar irregularidades menstruais decorrente de disfunções hormonais (funcionamento inadequado do ovário) que poderão acarretar sintomas de menopausa como fogachos, secura vaginal, desânimo, diminuição da libido, insônia… Após a menopausa (última menstruação) estes sintomas poderão se agravar ou não. A terapia de reposição hormonal deve ser individualizada, ou seja, cada paciente deve posicionar-se em relação: 1) ao desejo pessoal de fazer a reposição hormonal. 2) a existência de contraindicações à reposição hormonal. 3) a adaptação e sucesso da reposição hormonal. Diante disto, sabemos que a reposição hormonal com hormônios bi-idênticos (naturais e semelhantes aos hormônios produzidos pela mulher) deve ser priorizada sempre que possível. Quando pensarmos na possibilidade de postergar a menopausa com o reimplante de tecido ovariano autólogo congelado pela paciente em período precoce de sua vida, devemos não só considerar a indicação daquele procedimento (oncológico ou não) assim como se a paciente se posiciona favorável a uma reposição hormonal a partir dos hormônios naturais vindo dos fragmentos congelados do seu próprio ovário (natural) e se o tempo de reposição (cinco, dez, quinze, vinte anos) estará concordante com os consensos existentes naquele momento. A terapia de reposição hormonal no Brasil deve levar em conta o posicionamento da paciente e a base científica existente em consensos de sociedades médicas como este da Febrasgo e Sobrac de 2014.
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